O cenário financeiro do Corinthians continua se agravando. De acordo com o balancete de julho, divulgado nesta sexta-feira (10), o clube já soma R$ 2,7 bilhões em dívidas — um valor que reflete a soma de obrigações bancárias, pendências com outros clubes, direitos de imagem e compromissos fiscais.
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Desse total, R$ 655 milhões correspondem ao financiamento da Neo Química Arena, enquanto o restante está distribuído entre empréstimos, impostos e dívidas trabalhistas. Até julho, o clube acumulava déficit de R$ 103 milhões, e a previsão é de fechar 2025 com resultado negativo de R$ 83,3 milhões.
O relatório aponta ainda que o resultado operacional (sem considerar despesas financeiras e amortizações) teve déficit leve de R$ 3 milhões, mas o Timão gastou mais de R$ 120 milhões apenas em juros no período. O clube social segue com problemas, apresentando saldo negativo de R$ 26,5 milhões, enquanto o departamento de futebol conseguiu um superávit de R$ 13 milhões.
Comitê para reverter a crise
Na tentativa de mudar o rumo financeiro, o presidente Osmar Stabile criou um comitê de planejamento estratégico e reestruturação financeira. O grupo terá contato direto com a presidência e deve propor ações para cortar gastos, aumentar receitas e tornar a gestão mais eficiente.
Segundo Stabile, a meta é “garantir o equilíbrio financeiro e a sustentabilidade a longo prazo”.
Transfer bans e novas punições
Os efeitos da crise já atingem o futebol. Desde 12 de agosto, o Corinthians está sob transfer ban por causa de uma dívida de cerca de R$ 40 milhões com o Santos Laguna, do México, referente à compra do zagueiro Félix Torres.
Outra punição pode surgir em breve. A Corte Arbitral do Esporte (CAS) manteve decisão que obriga o clube a pagar R$ 41,3 milhões ao meia Matías Rojas. Se o valor não for quitado, o Corinthians sofrerá novo bloqueio de registros de atletas.
Além disso, há quatro condenações em andamento na Fifa, todas ainda sob análise do CAS: o pagamento de R$ 23,3 milhões ao Talleres-ARG pela contratação de Rodrigo Garro; R$ 6,7 milhões ao Shakhtar Donetsk pelo empréstimo de Maycon; R$ 8 milhões ao Philadelphia Union pela chegada de José Martínez; e R$ 6,25 milhões ao Midtjylland pela compra do volante Charles.
Com tantos compromissos e cobranças internacionais, o Corinthians vive um dos períodos mais delicados de sua história recente. O desafio da nova gestão será estancar o crescimento das dívidas e recolocar o clube em um caminho de estabilidade.
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