O banqueiro Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master e detentor de 20,2% das ações da SAF do Atlético-MG, foi preso pela Polícia Federal nesta segunda-feira, em Guarulhos, enquanto tentava deixar o país em um avião particular. Após a detenção, ele foi encaminhado à Superintendência da PF em São Paulo.
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Vorcaro é alvo de uma operação que investiga um esquema de emissão e venda de títulos de crédito falsos. Segundo a PF, a instituição oferecia CDBs prometendo rendimento até 40% superior à taxa básica do mercado — promessa que não se concretizava.
A defesa do banqueiro e a assessoria do Banco Master ainda não se pronunciaram. O Atlético-MG também optou por não comentar o caso até o momento.
Banco Central liquida Banco Master um dia após anúncio de venda
A prisão ocorreu apenas 24 horas depois de o consórcio liderado pela Fictor Holding Financeira anunciar a compra do Banco Master. O negócio previa aporte imediato de R$ 3 bilhões, com participação de investidores dos Emirados Árabes Unidos, para socorrer a instituição, que apresenta dificuldades financeiras.
Na manhã desta terça-feira, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Master e determinou a indisponibilidade dos bens dos controladores e ex-administradores. A venda anunciada ainda precisaria passar pelo crivo do BC e do Cade, o que agora torna-se inviável.
Origem dos investimentos de Vorcaro no Atlético-MG é investigada
O Ministério Público de São Paulo investiga a origem dos valores utilizados por Daniel Vorcaro para adquirir sua parcela na SAF do Atlético. O caso é um desdobramento da Operação Carbono Oculto, que apura possíveis vínculos do capital investido com recursos ligados ao PCC, por meio de dois fundos de investimento.
Entre 2023 e 2024, Vorcaro investiu cerca de R$ 300 milhões, de forma parcelada, para comprar 20,2% das ações da SAF, por meio do Galo Forte Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia (FIP).
O Atlético, porém, não é investigado. Em nota anterior, o clube afirmou desconhecer qualquer irregularidade:
“O Galo Forte FIP é um veículo de investimento regular perante a CVM, administrado pela Trustee DTVM. O Atlético não tem conhecimento de irregularidades.”
Como está dividida a SAF do Atlético-MG
Associação do Clube: 25%
Galo Holding (75% da SAF):
- Família Menin: 41,8% (55,7% da holding)
- Galo Forte FIP (Daniel Vorcaro): 20,2% (26,9% da holding)
- Ricardo Guimarães: 6,3% (8,4% da holding)
- FIGA: 6,7% (9% da holding)
Com a prisão, cresce a preocupação entre torcedores e investidores sobre o impacto futuro da operação na estrutura societária do clube.
Operação Compliance Zero: o que investiga a PF
A PF deflagrou nesta terça-feira a operação Compliance Zero, inicialmente prevista para ocorrer após a prisão — que acabou sendo antecipada.
Ao todo, são cumpridos 7 mandados de prisão e 25 de busca e apreensão em cinco estados (SP, MG, RJ, BA) e no Distrito Federal.
A investigação apura:
- emissão de títulos de crédito falsos,
- venda desses produtos a outras instituições,
- substituição irregular dos ativos após fiscalização do Banco Central,
- crimes de gestão fraudulenta e temerária,
- organização criminosa, entre outros.
As apurações começaram em 2024, a partir de requisição do Ministério Público Federal.
O caso adiciona novas camadas de tensão ao ambiente político e financeiro do Atlético-MG, que já vivia momento de instabilidade administrativa.
A tendência é que as consequências da prisão de Vorcaro e da liquidação do Banco Master se estendam pelos próximos meses, afetando mercados, investidores e o futuro da própria SAF do clube.
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