Um dos clubes mais vitoriosos da história do futebol chinês, o Guangzhou FC, antigo Guangzhou Evergrande, anunciou o encerramento de suas atividades profissionais nesta segunda-feira (6).
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A decisão ocorre após a Federação Chinesa de Futebol negar sua licença para disputar a segunda divisão nacional, devido ao descumprimento de requisitos financeiros.
De gigante asiático à crise
Bicampeão da Liga dos Campeões da Ásia (2013 e 2015) e maior vencedor do Campeonato Chinês, com oito títulos conquistados entre 2011 e 2019, o Guangzhou foi símbolo da ascensão do futebol chinês no cenário global. Contudo, desde 2021, o clube enfrentava uma grave crise econômica, resultado do colapso financeiro do conglomerado Evergrande, principal patrocinador da equipe e uma das maiores incorporadoras imobiliárias do país.
No ano passado, o Guangzhou ficou apenas em terceiro lugar na segunda divisão chinesa, falhando em retornar à elite do futebol nacional. O agravamento das dívidas e a perda de competitividade culminaram no encerramento de suas atividades.
Outros clubes também afetados
Além do Guangzhou, outros dois clubes tiveram suas licenças negadas pela Federação Chinesa nesta segunda-feira: o Cangzhou Mighty Lions, que atuava na primeira divisão, e o Hunan Billows, da terceira divisão. A decisão reflete uma crise mais ampla no futebol chinês, com vários clubes enfrentando dificuldades financeiras após anos de investimentos massivos e gastos excessivos.
Os anos dourados do Guangzhou
Fundado em 1954, o Guangzhou FC viveu seu auge na última década, quando aproveitou a expansão do futebol chinês e se tornou uma potência regional e continental. Sob o comando de técnicos renomados, como Marcello Lippi e Luiz Felipe Scolari, o clube dominou a cena nacional e conquistou reconhecimento internacional.
Entre 2015 e 2017, Scolari levou a equipe a um tricampeonato chinês consecutivo e ao título da Liga dos Campeões da Ásia de 2015. O elenco contava com estrelas como o volante Paulinho, ex-Corinthians e Barcelona, Ricardo Goulart, ex-Cruzeiro, e o argentino Dario Conca, ex-Fluminense, que foi um dos primeiros grandes nomes a atuar no clube. Outros jogadores renomados também passaram pelo Guangzhou, consolidando-o como um destino atrativo no auge da “febre” do futebol chinês.
O legado e o impacto
O fim do Guangzhou FC marca o colapso de um modelo de investimento que priorizou grandes gastos sem sustentabilidade a longo prazo. O clube, que uma vez serviu como exemplo de sucesso na globalização do futebol chinês, agora deixa um legado misto: títulos e momentos históricos, mas também um alerta sobre os riscos de depender de grandes conglomerados financeiros.
O desaparecimento do Guangzhou FC é um golpe simbólico para o futebol chinês, que enfrenta o desafio de equilibrar ambição esportiva e responsabilidade financeira para garantir um futuro mais sustentável.
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