Principal personagem do noticiário do Cruzeiro na semana, Gabigol quebrou o silêncio e falou pela primeira vez sobre o pênalti perdido contra o Corinthians, que resultou na eliminação da Raposa na Copa do Brasil. Em entrevista ao podcast Podpah, o atacante também comentou a contratação de Tite para o comando técnico do clube e tratou de antigos ruídos na relação com o treinador.
“Eu errei e tenho que assumir”
Gabigol teve nos pés a chance de levar o Cruzeiro à final da Copa do Brasil no último domingo, mas parou em defesa de Hugo Souza. O camisa 10 não fugiu da responsabilidade e reconheceu o erro, destacando dois fatores que, segundo ele, pesaram no momento da cobrança: o histórico de treinamentos com o goleiro no Flamengo e o pouco tempo em campo antes do pênalti.
– Eu errei, tenho que assumir. Primeira vez que erro um pênalti tão decisivo. É complicado para os dois lados, porque treinamos juntos. Eu sei como ele poderia defender, e ele sabe como eu bato – disse.
Mesmo assim, Gabigol foi direto ao afirmar que a falha foi técnica:
– Mas eu bati mal, não tenho desculpa. Se tiver um pênalti amanhã, vou bater de novo.
Entrada tardia e confiança do grupo
Reserva, o atacante foi acionado por Leonardo Jardim já nos acréscimos da partida, substituindo Kaio Jorge, justamente para participar da disputa de pênaltis. Cobrador oficial da equipe, ele afirmou que a decisão foi previamente combinada com o elenco.
– A gente combinou que, se o Corinthians errasse mais um, eu bateria o quarto pênalti para tentar decidir logo. Os jogadores tinham confiança em mim – explicou.
Gabigol admitiu que o pouco tempo em campo pode ter influenciado, mas voltou a assumir a responsabilidade:
– Entrei faltando três minutos, nem toquei na bola. Estava um pouco frio, isso influencia, sim. Mas eu errei e não tenho problema nenhum em assumir.
Revolta com acusações de erro proposital
O atacante também se mostrou incomodado com narrativas que sugeriram que o pênalti teria sido perdido de forma proposital.
– Falar uma coisa dessa é uma barbaridade. O que eu ia ganhar perdendo um pênalti? O pior é ver gente acreditando nisso. Isso que me deixa revoltado – afirmou.
Chegada de Tite e discurso conciliador
Outro tema abordado foi a contratação de Tite, anunciada pelo Cruzeiro para substituir Leonardo Jardim. Gabigol já teve desentendimentos públicos com o treinador, tanto na seleção brasileira quanto no Flamengo, o que gerou especulações sobre um possível clima ruim na Toca da Raposa.
Questionado, o atacante evitou qualquer polêmica e adotou um discurso de união.
– A situação é muito clara. Até o Pedrinho brincou na apresentação. Ele é o treinador do time. Não tenho nada contra ele. Dei minha opinião, ele tem a dele, mas estamos pelo Cruzeiro – disse.
– Não tivemos problema ou discussão no Flamengo. Eu respeito ele, como respeito todos. Ele manda, eu sou o jogador. O que tiver que fazer para ajudar o Cruzeiro, eu vou fazer – completou.
Projeto de longo prazo e permanência garantida
A brincadeira citada por Gabigol foi feita por Pedro Lourenço, dono da SAF, na apresentação do atacante, quando afirmou que a única ressalva no acordo seria a chegada de Tite. Mesmo assim, Gabigol reforçou que não pensa em sair do clube.
– Fechei com o Cruzeiro para um projeto de quatro anos. Claro que tudo pode ser conversado, mas meu empresário não falou com nenhum clube. Teve sondagem no meio do ano, mas sair nunca foi opção – garantiu.
Com contrato até o fim de 2028, o atacante reafirmou o compromisso com a Raposa e confirmou a reapresentação no dia 2, mirando a próxima temporada como parte do projeto de longo prazo do clube.
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