Às vésperas do decisivo confronto contra o Lanús pela semifinal da Conmebol Sul-Americana, o Cruzeiro completa seis meses da revenda do clube, que passou das mãos de Ronaldo Fenômeno para o empresário Pedro Lourenço.
A transição, marcada inicialmente por entusiasmo e investimentos milionários, chega agora a um ponto de pressão, com o clube sob risco de perder o fôlego no Brasileirão e de ver sua temporada reduzida a uma campanha irregular caso não avance no torneio continental.
Nova Gestão e Expectativas Elevadas
Em 29 de abril, a notícia da venda do Cruzeiro foi recebida com entusiasmo pela torcida. A frustração pelo vice-campeonato no Mineiro e a saída do técnico Nicolás Larcamón foram seguidas por uma série de promessas e investimentos que reacenderam as esperanças dos cruzeirenses. O objetivo, segundo a nova gestão, não era apenas permanecer entre os dez primeiros no Campeonato Brasileiro, mas sim buscar a classificação para a Libertadores. Para isso, o clube abriu os cofres e gastou R$ 180 milhões na janela de transferências, além de R$ 40 milhões para assegurar João Marcelo e Matheus Pereira, ultrapassando a marca de R$ 200 milhões em investimentos. A folha salarial também saltou de R$ 12 milhões para R$ 17 milhões mensais.
Com Fernando Seabra ainda à frente, o Cruzeiro mostrou sinais promissores: saiu dos três empates iniciais na Sul-Americana e garantiu a classificação direta para as oitavas, além de um primeiro turno sólido no Brasileiro, próximo do G-4 e invicto como mandante.
Desafios e Queda de Desempenho do Cruzeiro
A partir de agosto, com a chegada dos reforços, o cenário mudou drasticamente. Em 17 jogos, o Cruzeiro somou apenas três vitórias – contra Boca Juniors, Atlético-GO e Libertad –, empatando oito e sofrendo seis derrotas. Embora tenha superado adversários como o Boca Juniors e o Libertad para chegar à semifinal da Sul-Americana, o desempenho no Brasileiro foi caindo, com a equipe se distanciando do G-6 e vendo a chance de vaga na Libertadores pelo torneio nacional se reduzir drasticamente.
Diante da queda, a diretoria decidiu demitir Fernando Seabra e trouxe Fernando Diniz para tentar reverter a situação. Porém, o novo comandante ainda não obteve vitórias: foram quatro empates e duas derrotas, o que aumenta a pressão para o confronto contra o Lanús.
Jogo Decisivo e Futuro da Temporada
A partida contra o Lanús nesta quarta-feira é vista como um divisor de águas. Uma classificação manterá viva a esperança do título inédito e da vaga direta para a Libertadores, o que poderá dar um fôlego à gestão Pedro Lourenço e ao técnico Fernando Diniz. No entanto, uma eliminação pode acirrar as cobranças e questionamentos sobre o investimento e o planejamento feitos até aqui.
Para os cruzeirenses, o sonho da Sul-Americana se tornou a maior aposta da temporada. No Monumental de Núñez, palco da decisão, o Cruzeiro busca superar as adversidades e reafirmar seu potencial, pressionado por um ambiente que, de euforia inicial, passou a demanda por resultados.
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