Abel Braga é um dos maiores nomes do futebol brasileiro, seja em campo, como zagueiro, ou à beira dele, como técnico. Em entrevista ao quadro Área Técnica, do ge, ele relembrou vários episódios marcantes de sua carreira.
Com diversos títulos ao longo de sua trajetória — entre eles a Libertadores e o Mundial de Clubes com o Internacional —, Abel Braga lamenta não ter conquistado a Copa do Brasil. Ele teve duas oportunidades: com o Flamengo, em 2004, e com o Fluminense, no ano seguinte.
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“O Santo André era muito bem dirigido, tinha um coletivo forte, um time bom. Mas não era superior ao Flamengo. Não deu nem cinco minutos e perdemos o Robson, aquele volante, menino de 17 anos. E ele era fundamental ali.
Depois, com o Fluminense, foi outra história. Lá em Jundiaí, aquilo foi muito atípico, porque também perdemos muitos gols. Perdemos o jogo. Perdemos algumas chances que poderiam ter liquidado a partida.
E aí, depois, eu não tinha o Maracanã. Fomos para São Januário. Os caras se fecharam bem e terminou 0 a 0. Mas aquilo ali foi tudo aprendizado, entendeu? O primeiro jogo, em Jundiaí, com o Fluminense, era para ter vencido”, relembra Abel.
“O jogo em São Januário nós dominamos, mas sem criar. Agora, no ano anterior, com o Flamengo aqui no Maracanã, jogamos muito mal. Não nos deram nenhuma chance. Não estou dando desculpa, porque estou dizendo que não merecíamos nada. Jogamos muito mal, os caras foram melhores. Mas a contusão do menino (Robson) pesou muito”, destacou, ao comentar o que faltou em sua carreira.
Abel relembra conquista do Mundial de Clubes
Se, por um lado, a Copa do Brasil ficou ausente do currículo de Abel, por outro ele conquistou o Mundial de Clubes com o Internacional, em 2006, numa final histórica contra o Barcelona, que contava com Ronaldinho Gaúcho — à época, o melhor jogador do mundo.
“Nós queríamos mostrar onde eles sofriam os gols e não mostramos nenhum vídeo das vitórias. Mostramos três derrotas. Porque era aí que eu ia puxar no vestiário. Depois que eu incendiei, o Fernandão incendiou. Se vai ter medo de jogar, nem entra. Fica aqui.
Olha esse gol aqui, sempre no mesmo lugar. Descobrimos um detalhe — e aí entra o Roberto (Moreno, observador do Inter): todas as bolas que saíam da defesa do Barcelona passavam pelo Thiago Motta. Ali começava tudo. Ele ficava entre os dois zagueiros e distribuía o jogo.
Falei: ‘Fernandão, nesse jogo vamos deixar o Iarley e o Pato soltos. Sem a bola, não quero que tu roube a bola do Thiago Motta. Só quero que tu fique perto dele para ele não receber'”, concluiu Abel Braga.
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