Após 50 anos longe de uma Copa do Mundo, o Haiti volta ao principal palco do futebol mundial em 2026 — mas a celebração da sua torcida pode esbarrar em um obstáculo político.
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Uma ordem executiva assinada em junho pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, proíbe a entrada de imigrantes haitianos no país, medida que pode afetar diretamente os torcedores que desejam acompanhar a seleção durante o Mundial.
Os locais das partidas serão revelados pela Fifa neste sábado, e, caso os jogos do Haiti sejam marcados em território norte-americano, parte de sua torcida corre o risco de ficar impedida de acompanhar a equipe in loco.
“Depende de Trump”, diz técnico após sorteio
O Haiti foi sorteado no grupo do Brasil nesta sexta-feira, e o tema da restrição migratória surgiu imediatamente nos bastidores. Em entrevista ao The Athletic, do New York Times, o técnico francês Sebastien Migne reconheceu que a presença da torcida no Mundial está fora do controle da Federação Haitiana.
— Depende de Trump — afirmou o treinador, que ironizou o fato de o presidente americano ter recebido horas antes um prêmio Fifa pela Paz.
— Talvez ele continue com esse espírito e abra a possibilidade dos torcedores virem para o país.
A ordem executiva assinada por Trump restringe a entrada de imigrantes do Haiti e de outros 11 países, sob a justificativa de proteger os Estados Unidos de “terroristas estrangeiros e outras ameaças à segurança nacional”. A medida tem sido alvo de críticas de organizações humanitárias e pode impactar diretamente o clima festivo dos haitianos no retorno ao Mundial.
Haiti reencontra a Copa após 52 anos
A única participação haitiana em Copas havia ocorrido em 1974, na Alemanha. Agora, em 2026, a seleção da Concacaf fará sua estreia no dia 13 de junho contra a Escócia. Em seguida, enfrentará o Brasil no dia 19 e encerrará a fase de grupos diante de Marrocos, no dia 24.
Mesmo com a incerteza sobre o deslocamento da torcida, Migne vê no Mundial uma chance histórica para o país:
Há muitos haitianos nos Estados Unidos, vamos encontrar uma solução e nos adaptar. Será uma oportunidade fantástica para o Haiti, e enfrentar o Brasil será a cereja do bolo. Para os meus jogadores, não pode haver visibilidade maior na Copa do Mundo do que enfrentar grandes seleções.
Enquanto o técnico mantém a esperança por uma eventual flexibilização da política migratória, a expectativa agora se volta para o anúncio oficial dos locais das partidas — que pode definir o tamanho do desafio extracampos que o Haiti terá na Copa de 2026.
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