O clima nos bastidores do Botafogo está longe de ser tranquilo. Jogadores e diretoria travam uma verdadeira queda de braço em torno da premiação recebida pela participação na Copa do Mundo de Clubes.
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Segundo informações do site GE, na última quinta-feira, uma reunião no Espaço Lonier, CT do clube, escancarou o desentendimento: a diretoria comunicou aos atletas que não há previsão imediata de pagamento e propôs o parcelamento do valor em 12 meses — algo que gerou forte insatisfação entre os líderes do elenco.
R$ 146 milhões em caixa e incerteza sobre o “bicho”
O Botafogo arrecadou cerca de R$ 146,3 milhões pela campanha no Mundial, encerrada nas oitavas de final. O montante, pago pela Fifa entre o fim de setembro e o início de outubro, já está nos cofres do clube. Apesar disso, parte do valor referente ao “bicho” — a premiação destinada aos jogadores e à comissão técnica — ainda não foi repassada, o que tem causado desconforto interno.
A expectativa do grupo era de que o pagamento fosse feito ainda em outubro. Com a indefinição, os débitos seguem em aberto tanto com os atletas quanto com funcionários do departamento de futebol.
Divergências sobre os valores acordados
De acordo com informações apuradas, a principal discordância diz respeito ao valor que deveria ser dividido entre o elenco. O combinado inicial, estabelecido em reunião no início da temporada e formalizado em contrato, previa a distribuição de pouco mais de R$ 15 milhões, já descontados impostos e custos logísticos.
As lideranças do grupo, entretanto, reivindicam um aumento de cerca de R$ 10 milhões, alegando que o desempenho do time no torneio superou as expectativas e justificaria uma bonificação maior.
A diretoria, por sua vez, afirma que os termos acordados em janeiro permanecem válidos e apresentou os documentos assinados durante a reunião. O tom da conversa, segundo relatos publicados pelo GE, foi tenso e desagradou ambos os lados.
Proposta de parcelamento e resistência dos atletas
Além da divergência sobre os valores, a forma de pagamento proposta pela diretoria também gerou incômodo. O clube sugeriu parcelar o bicho em 12 vezes, mas o elenco rejeitou a ideia e demonstrou preocupação com o fluxo de caixa do Botafogo, que, segundo dirigentes, pode atrasar até mesmo os repasses mensais.
O impasse adiciona um novo capítulo a uma temporada marcada por altos e baixos dentro e fora de campo. Após a eliminação no Mundial, o Botafogo concentra suas forças no Campeonato Brasileiro, onde ocupa a sexta colocação.
O próximo compromisso será neste domingo, às 16h, contra o Santos, no Estádio Nilton Santos — jogo que promete ser crucial para manter o clube na briga por uma vaga direta na próxima Libertadores.
Ambiente interno sob tensão
Nos corredores de General Severiano, a situação é tratada com cautela. Internamente, dirigentes temem que o impasse financeiro afete o ambiente no vestiário em um momento decisivo da temporada.
As lideranças do elenco, por sua vez, cobram respeito aos compromissos assumidos e aguardam uma nova posição da diretoria nos próximos dias.
Enquanto a bola volta a rolar no fim de semana, a disputa fora de campo segue intensa — e pode ter reflexos diretos no desempenho do Botafogo nas rodadas finais do Brasileirão.
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