Palmeiras e WTorre finalmente chegaram a um acordo sobre as disputas judiciais que mantinham há anos envolvendo dívidas e divergências na administração do Allianz Parque.
Ambas as partes fizeram concessões relacionadas a repasses financeiros que a construtora não realizou ao longo da parceria, ajustes comerciais e operacionais, além de débitos que o clube também possuía com a WTorre, conforme discutido na arbitragem.
No comunicado oficial, a WTorre se comprometeu a pagar R$ 50,1 milhões à vista ao Palmeiras, referente a dívidas pendentes, além de ceder algumas propriedades do Allianz Parque ao clube. Segundo apuração, esse valor será quitado nesta quarta-feira.
O montante total do acordo chega a R$ 117 milhões. Com o fim das divergências, o Allianz Parque passará por uma ampliação, com a adição de mil novos assentos no setor Gol Norte, um espaço inativo desde a inauguração do estádio, em 2014.
Não foram divulgados detalhes sobre o uso desse local, mas especula-se que ele possa se tornar um setor popular para a torcida do Verdão. A parceria entre Palmeiras e WTorre, que existe há uma década, foi marcada por disputas jurídicas, mas, no início de 2024, as duas partes começaram a se reaproximar, o que permitiu o avanço das negociações para encerrar os conflitos judiciais.
Entenda melhor a situação entre Palmeiras e WTorre
De acordo com o contrato, o Palmeiras tem direito a percentuais crescentes sobre as receitas geradas pela arena, como aluguel para shows, exploração de setores, locação de camarotes e cadeiras, além dos naming rights, ao longo dos 30 anos de acordo com a WTorre. No entanto, o clube recebeu essas fatias apenas durante sete meses: em novembro e dezembro de 2014 e entre janeiro e junho de 2015 (exceto maio), levando o caso à Justiça e reivindicando que o montante corrigido chegava a R$ 160 milhões.
A WTorre discordava desse valor, argumentando que também teria quantias a receber, conforme apontado em discussões na arbitragem. No início de 2024, a construtora voltou a fazer depósitos, demonstrando interesse em solucionar o impasse. O Palmeiras havia iniciado um processo na Justiça em primeira instância, cobrando uma dívida que, na época, girava em torno de R$ 15 milhões. Paralelamente, processos na corte arbitral também estavam em andamento.
Em 2018, a Justiça extinguiu a ação, indicando que a questão deveria ser tratada na corte arbitral. No entanto, o Palmeiras recorreu, alegando que a dívida era incontroversa, conforme relatado nos documentos financeiros. Três anos depois, a Justiça deu ganho de causa ao clube, autorizando a execução judicial da dívida.
Inicialmente, o processo abordava valores devidos até 2017. Em dezembro, o montante subiu para cerca de R$ 62 milhões, já considerando dívidas de 2018. Em março deste ano, diante da indefinição, o Palmeiras incluiu todos os valores devidos desde 2015 no processo, totalizando R$ 127.972.784,97.
Nos últimos anos, tanto o clube quanto a WTorre vinham buscando um acordo amplo que abrangesse todos os pontos de conflito na parceria. Por isso, o processo arbitral e outras questões, como a construção do setor popular no Gol Norte, estavam paralisados. A parceria para a gestão do Allianz Parque é válida até o final de 2044.
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