O Vale a Escrita de 2025 está no ar com a sua primeira edição, e o R10Score News teve a oportunidade de receber o brilhante jornalista, influenciador, escritor e maior entusiasta do Vasco da Gama nas redes sociais: João Almirante. Nesta conversa, o profissional, que atua nos canais Portão 9, Expresso 1923 e no site ge, revela detalhes sobre suas expectativas com o Cruz-Maltino, a SAF, sua visão sobre o trabalho no clube e sua carreira na comunicação.
João Almirante: “Então, eu comecei entrando na faculdade. Eu queria ser jogador de futebol, essa é a realidade, mas acabou que eu não tive talento suficiente, nem sorte para isso. E a outra coisa que eu gostava de fazer era falar de futebol. Então, pensar em jornalismo foi algo meio natural para mim; imaginei que gostaria de falar sobre isso”, relata o jornalista falando como iniciou sua carreira.
“Entrei na faculdade e comecei a trabalhar na área pouco tempo depois. Inicialmente, não na área de esportes. Eu trabalhava em um jornal diário da minha cidade, Petrópolis, chamado Diário de Petrópolis, que existe até hoje. Fazia reportagens de temas diversos: cidade, delegacia, crimes e, eventualmente, esportes. Foi no Diário de Petrópolis que tive meu primeiro contato profissional com a comunicação esportiva. Durante algum tempo, fiz a página de esportes do jornal, cobrindo o time local, o Serrano, e também o PEC, um time de futsal que teve certa relevância na época.
“Paralelamente a esse trabalho, mantinha meus projetos relacionados ao Vasco. Inicialmente, escrevia textos e publicava na comunidade do Vasco no Orkut. A galera curtia, e isso me motivou a criar um blog chamado Fundamentalismo Vascaíno, meu primeiro blog. Lá, eu escrevia colunas e também enviava textos para sites maiores, como o SuperVasco, que começou a publicá-los. Isso foi por volta de 2009 a 2011“
“Com o tempo, virei colunista do SuperVasco e também criei meu perfil no Twitter, ali por volta de 2010, quando a plataforma ainda era incipiente. Depois disso, fiquei muito tempo sem escrever em lugar algum, apenas produzindo conteúdo no Twitter. Mais tarde, com o advento do YouTube e dos canais independentes, comecei a entrar nesse mundo, ali por volta de 2018. Hoje, além de atuar no ge, tenho o canal Portão 9, e mais recentemente, lancei o Expresso 1923, meu projeto mais recente com alguns sócios. Essa é, resumidamente, a história de como comecei minha carreira”, destaca o comunicador.”, destaca falando sobre seus primeiros trabalhos.
Sempre otimista nas redes sociais em relação ao Vasco, João Almirante compartilha suas expectativas para 2025, especialmente sobre o técnico Fábio Carille e as prioridades da temporada.
João: É muito difícil fazer qualquer previsão de longo prazo para o Vasco, porque as coisas são muito incertas. Temos a situação da SAF ainda indefinida. Não sabemos se o clube continuará administrando a SAF ao longo do ano ou se conseguirá vendê-la a um investidor.
João: Minha expectativa mínima é de uma campanha tranquila no Campeonato Brasileiro, longe da zona de rebaixamento, buscando uma posição de meio de tabela para cima. O Vasco precisa sempre procurar evoluir em relação à temporada anterior. Ficamos em décimo lugar em 2024; portanto, imagino que devemos mirar uma posição melhor em 2025. Além disso, acredito que devemos tentar ir longe nas competições de mata-mata, especialmente na Sul-Americana, que considero um título acessível para clubes fora da ‘primeira prateleira’ do futebol brasileiro”, aborda o influenciador.
Sobre o técnico Fábio Carille, João compartilha:
“Você não pode contratar o Carille esperando um futebol envolvente ou sedutor. Ele tende a montar times sólidos defensivamente, dentro de um estilo pragmático que pode incomodar parte da torcida, mas que, se der resultado, será aceito.
“Entre as opções disponíveis no mercado, acho que o Carille fazia sentido, tanto do ponto de vista financeiro quanto técnico. Ele não é tão caro quanto outros treinadores e já tem experiência e conquistas relevantes: campeão brasileiro pelo Corinthians, tricampeão paulista e responsável por levar o Santos à Série A com tranquilidade. Então, vamos ver o que ele pode entregar no Vasco.”, analise João sobre Carille no Cruz-Maltino
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Aliás, João também comenta sobre as diferenças entre a mídia tradicional e as alternativas.
“Não é tão diferente assim. No ge, temos podcasts, lives e vídeos pós-jogo, algo semelhante ao que faço no Expresso 1923 e nos outros canais. A principal diferença está na liberdade de linguagem. No meu canal, falo palavrão, bebo cerveja e tenho uma abordagem mais descontraída. Já no ge, há limites claros de conduta. Mesmo assim, tenho total liberdade para dar opiniões e fazer análises.
Nas redes sociais e em seus canais, João costuma levar de forma leve as derrotas do Vasco e sempre projetando o próximo passo da equipe. Assim, ele comenta sobre como faz isso.
João: “Eu nem sempre sou otimista, às vezes fico bastante pessimista. Mas acredito que não adianta remoer uma derrota. O futebol sempre oferece uma nova rodada. Claro, é importante aprender com os erros, mas não podemos ficar presos ao que passou. O foco deve estar sempre no próximo jogo“, comenta sobre como leva seu trabalho e rotina mesmo com resultados negativos do Cruz-Maltino.
O jornalista também analisa cenários do Vasco com a SAF e também ainda com o associativo, hoje administrado pelo presidente Pedrinho.
João: Então, eu acho que o modelo associativo para o Vasco, em função da sua situação financeira e também da questão política do Vasco, que é muito especial, muito particular, muito complexa e muito bélica, torna o modelo associativo do Vasco muito difícil de levar o time novamente a um patamar de protagonismo no futebol brasileiro. Acho que talvez isso pudesse acontecer se houvesse uma conjunção de fatores muito positiva, um acerto tremendo no futebol, que você conseguisse, investindo pouco, resultados muito acima do que se projetava com o investimento que se fez, e, a partir disso, conseguir melhores patrocínios e tornar o ambiente político do clube um pouco mais tranquilo para que a gente pudesse ter uma continuidade”
“Claro que você vai ter a mudança ali, até saudável, essa mudança de poder no clube, mas um projeto de clube se faz a médio e longo prazo, não só dentro do prazo de um mandato. Você tem que pensar o negócio para 10 anos, para 20 anos, e, às vezes, essa política dificulta muito. Entra um outro presidente e ele quer, no mandato dele, resolver as coisas, endivida o clube com dinheiro que nem se tem pra ganhar, às vezes, um título e, às vezes, nem ganha esse título. Então fica essa dívida e aí você vai formando uma bola de neve. É mais ou menos como o Vasco chegou à situação que chegou.”
“Então eu, pessoalmente, acredito que o Vasco precisa, sim, de um parceiro, de um investidor, claro que um investidor mais idôneo que a 777, de preferência com mais experiência também, com mais know-how do futebol. E, dentro dessas premissas, o grego Evangelos Marinakis parece ser um candidato interessante. Tem grana, comprovadamente, uma grana que a gente é capaz de lastrear de alguma forma.”, observa a situação política do Gigante da Colina.
Por fim, como de costume no Vale a Escrita, a gente sempre pede uma sugestão sobre livros, séries, filmes e qualquer meio de produção que seja relacionado ao futebol. Confira o que João Almirante sugeriu.
João: Alguns livros interessantes que eu gostaria de destacar incluem O Negro no Futebol Brasileiro, de Mário Filho, que dá nome ao estádio Maracanã. Esse livro também inspirou um documentário muito bacana. É uma obra essencial para quem deseja conhecer a história do Vasco e a inclusão do negro no futebol, um esporte que, no início de sua trajetória no Brasil, era bastante restrito às elites. Apesar de alguns questionamentos sobre a apuração de Mário Filho, é um livro histórico que vale a pena ler.
“Outro livro que gostaria de mencionar é o 1898 em Diante, que trata da história do Vasco e foi escrito por mim, junto com alguns colegas. Para quem se interessa, também recomendo meu canal no YouTube, Expresso 1923, onde discutimos o Vasco, os jogos e outros assuntos relacionados ao clube. É um trabalho que considero bacana“
“Por fim, um livro que eu gosto muito e tenho em casa é O Berro Impresso das Manchetes, de Nelson Rodrigues. Trata-se de uma coletânea de crônicas de futebol que ele escreveu para jornais, se não me engano, entre 1958 e 1962. É uma leitura excelente para quem aprecia bons textos e boa literatura. Nelson Rodrigues é um escritor fantástico, e eu curto muito seu estilo” finaliza João Almirante para o Vale a Escrita.
Onde acompanhar o trabalho de João Almirante
Na rede social X, no Youtube e no GE
https://twitter.com/JoaoAlmirante2
https://www.youtube.com/@portao_9
https://www.youtube.com/@Expresso1923
https://ge.globo.com/futebol/times/vasco
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