O quinto Vale a Escrita, do R10 Score News, está no ar, e tivemos a oportunidade de conversar com Maurício Meirelles. Natural do Rio de Janeiro, torcedor do atual campeão da Libertadores e do Brasileirão, o Botafogo, além de humorista e publicitário.
Conhecido por seus trabalhos no CQC, Pânico e stand-up, principalmente com o Webbullying, e, mais recentemente, no YouTube com Achismos e outros quadros, Maurício detalha como começou no humor.
R: Acredito que ninguém tinha o objetivo de ser comediante antes de 2010, pois isso sequer era um mercado. Boa parte dos meus colegas era fã de comédias stand-up internacionais e resolveu testar o formato por puro hobby. Como no resto do mundo o formato já era consolidado, jamais imaginaríamos que viveríamos disso.
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Portanto, comecei apenas pelo prazer de falar umas bobagens, após ver que outras pessoas também estavam fazendo pelo mesmo motivo. Isso foi em 2007. Eu era publicitário e escrevia algumas colunas de humor no IG. Apenas levei para o palco alguns textos, e a coisa foi naturalmente fluindo.
Em 2024, Maurício, torcedor declarado do Botafogo, viu seu time conquistar a Libertadores pela primeira vez e também o Brasileirão, título que não vinha desde 1995. Aqui, ele comenta sobre a emoção de acompanhar essa trajetória.
R: Não sei responder essa porque ainda estou no processo. Mesmo depois de meses, nossa ficha só cai quando comentamos sobre. Foi incrível, porque ser botafoguense é fazer parte de um clube de pessoas angustiadas, que raramente tiveram essa conquista. Então, foi como um alívio coletivo. Foi uma comemoração que nenhuma outra torcida vivenciaria.
Acompanhei as partidas indo ao estádio. Prometi que viveria a Libertadores integralmente se o Botafogo passasse da primeira fase. Das oitavas até a conquista, fui a todos os jogos. As fases prévias e o Brasileirão eu acompanhei pela TV mesmo.
Maurício, aliás, também comenta sobre quais jogadores gostaria de levar para seus programas no YouTube:
R: Sobre jogador no Achismos, cheguei a ter um papo com o Luiz Henrique, mas aí ele foi para a Rússia. Quando fechei com o Júnior Santos, ele foi para Minas. Só não fecho com o Alex Telles, senão ele sai para outro país também.
Ainda sobre esportes, Maurício comenta o que gostaria de fazer se tivesse um programa voltado para a área e recorda sua participação no SporTV durante a Copa do Mundo:
R: Tive um programa de humor com o Andreoli no SporTV, o Zona Mista, que misturava comédia com futebol. Foi o programa que mais amei fazer. De longe. Faria algo parecido, humanizando o futebol, assunto que curto bastante.
No CQC, Maurício entrevistava todo tipo de figura, de esportistas a políticos. O humor do programa costumava deixar as pessoas sem reação. Agora, ele responde se esse formato ainda daria certo nos dias de hoje:
R: Tanto daria certo que a gente vê, em outras plataformas, abordagens bem parecidas. Acho que a diferença daquela época é a algoritmização. A gente falava para mais gente. Hoje, você conseguiria fazer um programa somente para botafoguenses. Quem tenta ser plural, atualmente, acaba se comprometendo mais do que quem tenta ser monotemático.
Por fim, não poderia faltar a clássica pergunta sobre os limites do humor. Maurício finaliza com sua análise sobre esse questionamento:
R: Acho que todo mundo questiona o tal limite do humor, mas não questiona o limite de outras coisas. Comédia é igual ao jornalismo ou qualquer outra função: precisa de estudo e conhecimento para não cair nas armadilhas da visualização a qualquer custo, que é a tônica deste nosso novo momento. Da mesma forma, acredito que há comédias para certos tipos de pessoas, que outros não irão gostar. Igual tem gente que ama página de fofoca e outros preferem jornalismo político. Sou a favor da democratização, onde cada um consome o que quiser, desde que haja responsabilidade.
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