A renovação de contrato de Gerson, capitão e um dos principais jogadores do Flamengo, segue travada e distante de um desfecho positivo.
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Aos 27 anos e em grande fase, o meia tem contrato com o clube até o fim de 2027, mas permanece com o mesmo salário desde que retornou ao Rubro-Negro no início de 2023 — valor que, segundo seu estafe, é um dos mais baixos entre os atletas do chamado “pelotão de elite” do elenco.
Nos bastidores, a expectativa era de que Gerson fosse valorizado financeiramente após se firmar como líder técnico e capitão da equipe. No entanto, as duas propostas de renovação apresentadas até agora pela diretoria foram consideradas insatisfatórias. A primeira oferta foi rejeitada pela equipe do jogador, que apresentou uma contraproposta. Na segunda tentativa, o Flamengo aumentou apenas o tempo de contrato, sem mexer significativamente nas cifras salariais, o que manteve o impasse.
Bap se diz otimista, mas questão salarial trava acordo
Apesar da resistência por parte do jogador e de seu estafe, o presidente do Conselho de Futebol do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, declarou otimismo quanto a um acerto. Durante o sorteio da fase de grupos da Libertadores, na última segunda-feira (18), ele comentou o andamento das negociações:
“Fizemos uma proposta que julgo muito boa. Agora a bola está com ele. Estamos atentos aos detalhes e acho que ele está satisfeito com o que oferecemos. O retorno agora é dele. A minha parte como presidente eu fiz” — disse Bap, em entrevista à ESPN.
Nos bastidores, entretanto, o clima não é tão harmonioso. De acordo com o site Goal, o estafe de Gerson se surpreendeu com o vazamento das ofertas e com a forma como a diretoria tratou publicamente o tema, especialmente após ter se incomodado com declarações anteriores de Marcão, pai e empresário do jogador.
Corte de salário na Europa e promessa de valorização
Marcão trouxe a público detalhes da negociação que levou Gerson de volta ao Flamengo. Em entrevista ao canal “Pod do Marcão”, no YouTube, ele revelou que o filho abriu mão de metade do que ganhava no Olympique de Marselha, na França, para retornar ao clube em condições menos vantajosas, mas com a promessa informal de valorização futura.
“Eu larguei minha comissão, ele abriu mão de salário e aceitamos o que foi proposto. Dissemos: “Se ele performar, é obrigação do clube reconhecer isso”. O Gerson tem performado, tem se doado, mas a valorização ainda não chegou” — desabafou Marcão.
A gestão anterior do Flamengo chegou a discutir um possível aumento, mas o processo não avançou. Com a mudança na diretoria em 2024, as tratativas recomeçaram praticamente do zero e se arrastam desde então. A expectativa de que as conversas fossem retomadas após a pré-temporada nos Estados Unidos não se concretizou, o que levou Marcão a fazer cobranças públicas.
Clube desaprova exposição pública e vê tentativa de pressão
A diretoria atual do Flamengo reagiu mal à postura de Marcão, interpretando as declarações como uma forma de pressão externa. Internamente, havia a expectativa de que a questão fosse resolvida com discrição. A exposição aumentou o desgaste, ainda que o lateral Filipe Luís tenha saído em defesa de Gerson e pedido a valorização do capitão em entrevista coletiva.
O próprio Gerson, por sua vez, tem optado pelo silêncio. No último domingo, após a conquista do Campeonato Carioca, foi um dos poucos jogadores a não conceder entrevista. Nesta semana, o meia está com a Seleção Brasileira, em Brasília, para os amistosos contra Colômbia e Argentina, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.
Sondagem do Zenit e futuro indefinido
Além do impasse salarial, Gerson chegou a despertar interesse do Zenit, da Rússia, no início da temporada, mas o Flamengo rechaçou qualquer possibilidade de saída. Apesar do contrato longo, o cenário atual deixa o futuro do camisa 8 em aberto.
Enquanto isso, a bola segue com o jogador — e a pressão aumenta sobre a diretoria rubro-negra para que valorize quem, dentro de campo, tem entregado performance e liderança.
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