A temporada atual da Fórmula 1 em 2025 está agitada, e Piastri, da McLaren, lidera a competição com 99 pontos, seguido por seu companheiro de equipe, Lando Norris, que soma 89. Assim, no sexto Vale a Escrita do R10Score News, conversamos com a brilhante jornalista Julianne Cerasoli.
Aqui, ela contou como chegou à cobertura do esporte e também compartilhou seus bastidores na cobertura diária da Fórmula 1.
R: “Eu sempre quis ser jornalista de Fórmula 1. Via o papel do Reginaldo Leme, que antes era, ao mesmo tempo, repórter e comentarista, ainda mais viajando pelo mundo, e isso me atraiu muito desde a infância. Mas eu não achava que seria possível. Fui fazer faculdade de jornalismo, trabalhei com esporte desde meu primeiro estágio, que foi mais na área de corrida de rua e musculação.
A F1 surgiu alguns anos depois, quando comecei um blog que logo chamou a atenção de profissionais da área, que me chamaram para trabalhar com eles. Isso foi em 2011, quando comecei a pagar do bolso para ir a uma ou outra corrida, aproveitando as férias do meu outro emprego. Fiz isso por quatro anos até ser contratada pelo UOL em 2015. De lá para cá, fiz também rádio e TV, além de ter aumentado minha presença digital nas mídias sociais e no YouTube.
O mais legal da F1 é que tem muita gente muito boa no que faz. Então, você lida com o pessoal da logística, que opera milagres que muitas empresas grandes não conseguem, o engenheiro que projeta a parte híbrida do motor e é um dos únicos do mundo capaz de fazer o que faz, e os mecânicos que são capazes de avaliar com segurança um carro de centenas de peças em tempo recorde para saber o que é aproveitável e o que não é. Esses bastidores são a parte mais legal.
Não tem muito segredo: quem está tendo um bom desempenho é fácil de acompanhar. Quem está perdendo nunca quer muito papo. São todos competitivos ao extremo.
Após anos, o Brasil volta a ter um piloto brasileiro na Fórmula 1. Bortoleto surge com bastante expectativa, mas com um carro e equipe considerados fracos. Julianne analisa o cenário do jovem brasileiro.
R: “É difícil eu responder pelos outros, mas minha preocupação desde o anúncio era explicar onde a Sauber estava, que este seria um ano de transição, e também salientar que o Gabriel é, dentre os estreantes, o piloto com menos experiência de F1. Podem não ser as notícias mais bombásticas e que mais chamam a atenção para se dar, mas é a realidade.
É importante ter um brasileiro de novo no grid; a representatividade é algo muito forte. Ao mesmo tempo, é algo que atrai pessoas que não estão acostumadas a ver as corridas e que podem chegar com expectativas irreais, por isso é tão importante informar sem sensacionalismo“
Na temporada atual, a McLaren vem dominando as corridas, uma vez que Piastri venceu três vezes e Lando Norris, uma. No entanto, existe uma pressão sobre Landinho, afinal, ele é considerado o piloto número um da equipe. Além disso, temos uma Red Bull com Max Verstappen menos dominante, e Hamilton agora na Ferrari. Julianne explica quem pode surpreender em 2025.
R: “Os favoritos no momento são os dois pilotos da McLaren porque o carro é o mais completo. Vimos no ano passado como as coisas podem mudar, porque é o final de um ciclo de regulamento e as diferenças entre os carros são muito pequenas. No momento, o cenário é de Norris x Piastri, com o Verstappen só tendo chance real se a Red Bull melhorar. No caso do Hamilton, a Ferrari tem um problema fundamental de projeto que eles precisam resolver antes de ele pensar em disputar qualquer coisa“
Julianne, por sua vez, aparece na série Drive to Survive, da Netflix, sucesso de público, mas criticada por alguns pilotos. Aqui, a jornalista explica sua aparição e fala sobre o conteúdo.

R: “Não sou a pessoa mais indicada para falar sobre a série porque só assisti à primeira temporada e não me interessei muito. Definitivamente, não sou o público-alvo! Eu também não assisti às partes em que apareço nesta temporada.
Sei que uma delas é de quando eu estava conversando com um membro da equipe da Netflix, que me perguntou o que estava sendo comentado entre os jornalistas sobre o caso Horner. E outra é uma pergunta minha para o próprio Horner. É normal que eles estejam nas coletivas; nem é algo que a gente nota quando está trabalhando.
É bom entender que é uma série, e não um documentário. Tanto é que se fala muito sobre como os pilotos e chefes de equipe tentam se vender de uma maneira que às vezes não é a mais natural para eles quando veem as câmeras por perto.
Para finalizar, Julianne conta curiosidades: qual o melhor GP para trabalhar e acompanhar? Qual torcida mais cobra suas equipes? Como ela enxerga as torcidas na Fórmula 1, especialmente as dos pilotos? Qual foi o pior perrengue que já enfrentou? E a história mais curiosa que viveu?
R: “O melhor GP é o do Japão. As pessoas conhecem e respeitam muito, e é sempre divertido estar lá, comendo coisas que você não sabe bem o que é, se virando para se comunicar e sempre aprendendo algo novo. A torcida da Ferrari é a que mais cobra, claro, porque a Ferrari é mais do que uma equipe.

É claro que há torcedores mais ferrenhos de um ou de outro, mas se você segue o esporte há um tempo, muito provavelmente já gostou de vários pilotos diferentes ou teve épocas em que curtiu mais um do que outro. A torcida no geral é muito diferente de futebol, por exemplo. A maioria das pessoas que gosta do esporte consegue apreciar boas provas de diferentes pilotos, sabe reconhecer o trabalho das equipes.
É quase impossível imaginar alguém que é maluco por futebol e que não tenha um time do coração. Na F1, na verdade, o mais comum é que, quanto mais apaixonada a pessoa é pelo esporte, menor a chance de ela ter um piloto ou equipe de estimação.
Tenho até dificuldade de lembrar porque não fico focando nessas coisas, mas teve uma vez em Budapeste que entraram no apartamento onde eu estava ficando e roubaram dinheiro da minha mala. Eu nunca carrego dinheiro, mas um cliente tinha me pagado em euros no dia anterior. Era uma bela graninha.
Mas o que eu tiro disso é que, assim que eu contei o que tinha acontecido para uma amiga, também jornalista, ela enfiou a mão na bolsa e me deu dinheiro, mais do que o suficiente para o fim de semana. E jamais aceitou que eu devolvesse. Como todo mundo passa por perrengue o tempo todo, a gente tenta se ajudar o máximo que pode no paddock.
A história mais curiosa foi quando o salto de uma sandália descolou. Eu mostrei para os mecânicos da Renault na época, e eles montaram uma força-tarefa para recuperar o sapato. Me levaram para o box da equipe, forraram o chão com plástico porque não queriam que eu pisasse no chão, mesmo eu insistindo que não tinha problema, arrumaram uma cadeira para mim enquanto estudavam como limpar o sapato para colar de novo, e usaram o mesmo produto usado em fibra de carbono. Quando eu vi, tinha uns cinco membros da equipe estudando o sapato!”, finalizou ao R10Score News.
Onde acompanhar Julianne Cerasoli
https://www.catarse.me/nopaddock
https://www.instagram.com/myf1life
https://www.youtube.com/@nopaddock
https://www.facebook.com/julianne.cerasoli.f1/?locale=pt_BR
https://www.uol.com.br/esporte/colunas/pole-position
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