O brilhante jornalista e comunicador Cid Moreira nos deixou nesta quinta-feira (3). Ele estava internado em um hospital em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, e, nas últimas semanas, vinha tratando uma pneumonia. Cid morreu por volta das 8h, de insuficiência renal crônica.
Agora volta o debate sobre qual era o time do jornalista. “O Garotinho (narrador histórico da Rádio Globo) divulgou muito isso: ‘O Botafogo do Cid’. À época, eu realmente torcia pelo Botafogo. (O time) tinha o Nilton Santos, Garrincha, outros grandes jogadores. Didi também, folha seca”, disse em entrevista ao Redação Sportv, em 2010.
Veja também: Botafogo inicia conversas para renovar com meia Eduardo
“Nunca fui muito apaixonado por futebol… Quando era garoto, aí sim eu gostava de bola. Jogava até com bola de meia. Geralmente, quando era bola de couro, naquele tempo a chuteira tinha trava, eu começava a jogar e, se o adversário qualquer vinha, me dava um empurrão, um meio chutinho, ou deixava o cotovelo. Aí eu já partia para a porrada”, disse na mesma entrevista.
Carreira CID MOREIRA
Em 2010, Cid Moreira era uma voz recorrente nas transmissões da Globo durante a Copa do Mundo daquele ano, disputada na África do Sul. O locutor ‘imortalizou’ a vinheta com o nome da bola da Copa, Jabulani (termo em zulu que significa “celebrar”). Também naquele Mundial, entoou o bordão “Mick Jagger”, fazendo referência ao histórico cantor inglês. Naquela Copa do Mundo, o cantor ficou conhecido como ‘pé-frio’ por trazer azar para as seleções que torcia.
Cid Moreira fez uma leitura de passagem bíblica durante o velório das vítimas do acidente aéreo do avião da Chapecoense, em 2016. A leitura do capítulo 13 da primeira epístola de Paulo aos Coríntios foi um dos momentos emocionantes da solenidade.
Cid Moreira nasceu em Taubaté, no Vale do Paraíba, em 1927 — ele completou 97 anos no último domingo (29). Ocupou a bancada do ‘Jornal Nacional’ por 26 anos, desde o dia da estreia do telejornal, em setembro de 1969. Foi também locutor de reportagens especiais do ‘Fantástico’.
Filho do bibliotecário Isauro Moreira e da dona de casa Elza Moreira, o jornalista iniciou sua carreira no rádio em 1944, após ser descoberto por um amigo que o incentivou a fazer um teste de locução na Rádio Difusora de Taubaté. Nos anos seguintes, entre 1944 e 1949, ele narrou comerciais até se mudar para São Paulo, onde trabalhou na Rádio Bandeirantes e na Propago Publicidade.
Em 1951, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi contratado pela Rádio Mayrink Veiga. Foi lá que, entre 1951 e 1956, começou a ter suas primeiras experiências na televisão, apresentando comerciais ao vivo em programas como “Além da Imaginação” e “Noite de Gala”, na TV Rio. Sua estreia como locutor de noticiários aconteceu em 1963, no “Jornal de Vanguarda”, da TV Rio, o que marcou o início de sua carreira no jornalismo televisivo. Nos anos seguintes, trabalhou nesse mesmo programa em várias emissoras, como Tupi, Globo, Excelsior e Continental, consolidando sua presença na televisão.
+ Siga as redes sociais do R10 Score: Instagram, Threads, Bluesky, Facebook e Linkedin.