A ausência de Neymar na semifinal do Campeonato Paulista contra o Corinthians, no último domingo, foi cercada de expectativas, incertezas e, por fim, frustração.
O craque santista, que sentiu dores musculares na vitória sobre o Red Bull Bragantino nas quartas de final, passou a semana sob observação, realizou testes e chegou a ser relacionado para o clássico, mas não saiu do banco de reservas na derrota por 2 a 1, que decretou a eliminação do Peixe.
Dores, folga e primeiros treinos
O primeiro sinal de alerta surgiu no domingo anterior, quando Neymar foi substituído aos 30 minutos do segundo tempo contra o Bragantino após sentir dores na coxa esquerda. Ainda naquela noite, ele minimizou a situação nas redes sociais, afirmando que preferiu se poupar.
Com a classificação garantida, o técnico Pedro Caixinha deu folga ao elenco na segunda e terça-feira. Neymar aproveitou o período para descansar em sua mansão em Mangaratiba (RJ) e também curtir o Carnaval no Rio de Janeiro, assistindo aos desfiles na Marquês de Sapucaí ao lado da esposa, amigos e companheiros de equipe.
Na quarta-feira, o camisa 10 voltou aos treinos normalmente, sem apresentar limitações. No entanto, no dia seguinte, voltou a sentir incômodo na coxa esquerda durante as atividades. A situação aconteceu no mesmo dia em que ele foi convocado por Dorival Júnior para defender a seleção brasileira nos jogos contra Colômbia e Argentina pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.
Testes e dúvidas antes do clássico
A preocupação aumentou na sexta-feira, quando Neymar foi poupado do treinamento de campo e realizou apenas um trabalho de reforço muscular. No sábado, véspera da semifinal, ele voltou a ficar fora das atividades, mas a diretoria e a comissão técnica mantinham a esperança de que o jogador pudesse atuar.
No domingo, já concentrado com a equipe em São Paulo, Neymar passou por uma avaliação de 14 minutos no hotel do clube. O exame constatou um edema muscular que, segundo médicos e o próprio atleta, poderia evoluir para uma lesão mais grave caso ele entrasse em campo.
Diante do diagnóstico, o veto foi definitivo. Neymar acompanhou os companheiros no banco de reservas, mas já sabia que não teria condições de jogo. Nos vestiários, chegou a se emocionar ao conversar com os companheiros antes do clássico.
Repercussão da ausência
A ausência de Neymar foi sentida dentro de campo e causou grande repercussão após o jogo. O zagueiro Gil revelou que o elenco foi informado da decisão ainda no almoço de domingo. Já o técnico Pedro Caixinha confirmou na coletiva que o meia-atacante não tinha condições físicas para atuar.
“O Neymar apresentou um desconforto e não pôde participar. Ele sofreu muito de não poder ajudar. Quando o jogador sente algo e pode lesionar, não vou arriscar. Vamos fazer de tudo para que o Neymar não se machuque. Ele não estava em condições de dar o seu melhor” — disse o treinador.
O presidente do Santos, Marcelo Teixeira, reforçou que a decisão foi tomada em conjunto com a equipe médica e negou qualquer influência da convocação para a seleção brasileira:
“Se ele tivesse a mínima condição, estaria em campo. Não é pensando na seleção, mas porque ele não teria condições de estar.”
O próprio Neymar também se manifestou nas redes sociais para justificar sua ausência:
“Tudo que eu queria era estar em campo hoje e ajudar meus companheiros. Mas, na quinta-feira passada, senti um desconforto e isso me impossibilitou de jogar. Fiz um teste hoje de manhã e acabei sentindo novamente. Infelizmente, faz parte do futebol. Não deu hoje, mas voltaremos ainda mais fortes para lutar pelos nossos objetivos!”
Próximos desafios
Agora eliminado do Campeonato Paulista, o Santos terá um período sem jogos oficiais e voltará a campo apenas no dia 30 de março, quando estreia na Série A do Campeonato Brasileiro contra o Vasco, em São Januário. A expectativa é de que Neymar esteja recuperado e à disposição para iniciar a competição nacional.
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