O primeiro Vale a Escrita do R10 Score News está no ar, e o convidado é Marcelo Salazar, pernambucano, ex-jogador de futsal da seleção de Portugal e atualmente atuando no setor de mercado do Al Nassr, da Arábia Saudita, clube que conta com Cristiano Ronaldo em seu elenco há duas temporadas.
Aliás, a Liga Árabe ganhou notoriedade entre o público no Brasil com a chegada de atletas brasileiros e também de jogadores de todo o mundo. Além disso, o país será sede da Copa do Mundo de 2034. Marcelo começa destacando esse crescimento e sua jornada no futebol saudita.
R: “No futebol profissional, comecei em outubro de 2016 como preparador físico do Al Shabab, da 2ª divisão do Kuwait. Em outubro de 2018, recebi o convite de Péricles Chamusca e passei a trabalhar como auxiliar dele no Al Faisaly, da liga PRO saudita.
Naquela época, não passava pela cabeça de ninguém que, em menos de cinco anos, estaríamos vivendo a revolução que ocorreu com a chegada de CR7 ao futebol saudita. Hoje, se não me engano, são mais de 100 canais que transmitem a liga saudita e, pelo feedback que recebo, o ‘Sauditão’ caiu nas graças da galera que acompanha futebol ao redor do mundo”, analisa.
Marcelo veio do futsal e, antes de chegar à sua função atual, também atuou como auxiliar técnico e gerente executivo. Ele explica como suas experiências anteriores contribuem para seu trabalho no Al Nassr.
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R: “Como jogador, apesar de atuar como fixo, entendia e desempenhava relativamente bem todas as outras funções. Em quase todos os clubes por onde passei, e na seleção portuguesa, fazia o ‘goleiro linha’ quando necessário. Posso dizer que essa polivalência eu trouxe para o futebol. Hoje, tenho uma visão 360º do esporte, baseada não apenas em estudo teórico formal (tenho diplomas em todas as áreas em que atuei), mas também em vivência prática. Penso em voltar ao campo, que é onde me sinto melhor”, revela Marcelo.
Antes, a Europa era o destino mais procurado pelos jogadores de futebol. Hoje, a Arábia Saudita surge como concorrente, atraindo inclusive atletas jovens, como Marcos Leonardo, ex-Santos e Benfica. Marcelo explica o processo ambicioso dos sauditas para o futuro.
R: “Não fui eu quem conseguiu nada. Sou apenas uma peça desse grande quebra-cabeça. Não podemos negar que o poderio financeiro é um fator importante. Outro ponto é a maior abertura recente do Reino, com leis mais flexíveis, tornando o local mais receptivo ao estilo de vida ocidental.
Há também excelentes colégios internacionais, garantindo uma educação de qualidade para os filhos dos jogadores. Existe um projeto ambicioso e de longo prazo chamado ‘Saudi Vision 2030’, no qual o futebol é peça-chave. O objetivo é transformar a liga saudita em uma das 10 melhores do mundo. No dia 11/12/2024, a FIFA deve confirmar que a Arábia Saudita sediará a Copa do Mundo de 2034. Destaca o dirigente.
Cristiano Ronaldo deixou o Manchester United no final de 2022 e acertou rapidamente com o Al Nassr. Marcelo esteve envolvido na negociação e relata como é trabalhar com um dos maiores jogadores da história
R: Uma honra, um privilégio, uma oportunidade incrível de ver de perto e diariamente um dos maiores jogadores de todos os tempos. Um atleta impecável, um ser humano excepcional. O impacto é incalculável… o Al Nassr hoje é um clube e uma marca global. Conta o brasileiro sobre o português.
Por fim, Marcelo revela se já recebeu sondagens para trabalhar no futebol brasileiro e explica as semelhanças entre o Brasileirão e a liga nacional da Arábia Saudita:
R: “Já recebi algumas sim… A Arábia Saudita e o Brasil têm mais semelhanças do que parece. Convido quem quiser e puder a visitar e conhecer para entender o que digo.
Falando de futebol… ambos os países valorizam e dão espaço ao ‘camisa 10’. Aqui, temos 18 clubes na liga PRO (Série A), 18 na 1ª divisão (Série B) e 36 na 2ª divisão (Série C). Podem jogar até 8 estrangeiros na liga PRO. Apesar de ser um país grande, os tempos de voo aqui não se comparam aos intermináveis quilômetros que as equipes brasileiras percorrem ao longo do ano. E não há mudanças tão drásticas de clima como as que enfrenta quem joga um dia em Porto Alegre e, três dias depois, em Fortaleza. Finaliza Marcelo Salazar ao Vale a Escrita.
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Marcelo no Flow Sport Clube
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