Filipe Luís será o novo técnico do Flamengo para o final da atual temporada. Ele é um grande ídolo em campo por tudo que conquistou entre os anos de 2019 até 2023, atuando como lateral-esquerdo.
Desde cedo, Filipe se preparou para ser técnico. Na Europa, trabalhou com grandes nomes como José Mourinho, no Chelsea, e Diego Simeone, no Atlético de Madrid, clube onde passou a maior parte da carreira. Lá, foi campeão espanhol e chegou a duas finais de Champions League.
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Em 2021, em uma entrevista ao site O Globo, o agora comandante do Flamengo falou sobre os técnicos que passaram pelo clube carioca e sobre outros treinadores com quem trabalhou. Veja o que Filipe Luís disse sobre cada um:
Jorge Jesus
“Jesus é muito completo. Com ele, o time jogava no 4-4-2, com Gabigol e Bruno Henrique na frente, Arrascaeta e Everton Ribeiro entrando pelo meio, e saída de três com Arão. Os laterais subiam. Isso parece simples, mas para ele eram necessários quatro treinos. Quando a bola chegava no Rafinha, eu fechava por dentro para dar sustentação, enquanto o Gerson avançava. E, quando Rafinha ia à linha de fundo, quem entrava na área? Bruno Henrique, Arrascaeta, Gabigol e Everton Ribeiro. Eu e Pablo Marí marcávamos os atacantes, e Willian Arão compensava o Rafinha. Tudo isso com uma cobrança excessiva. Se Rafinha cruzasse e eu não estivesse marcando o ponta direita, levava uma bronca extraordinária.”
Domenec Torrent
“Ele falava muito do Messi e trazia vivo dentro dele o estilo do Guardiola. Dizer que ele não sabia de futebol não é verdade. O Dome sabia muito. O problema foi o momento em que chegou, logo após Jesus, o que complicou para qualquer um. A única coisa que senti falta foi ele definir um sistema claro e dizer: ‘Vamos jogar assim, do jeito que eu quero’.”
Rogério Ceni
“Rogério era mais do que um paizão, era um amigão. Ele jogava de maneira muito parecida com o Jesus, no 4-4-2, mas com algumas ideias diferentes. Rogério vive o futebol 24 horas por dia, como o Simeone. Ele ainda está no início, com quatro ou cinco anos de carreira, mas já tem mais experiência do que quando estava no São Paulo. Na Libertadores, mesmo com um jogador a menos, empatamos graças às suas substituições. Com o tempo, ele tem potencial para chegar à seleção.”
Influências de Simeone, Mourinho e Jorge Jesus
“Minha experiência como técnico é uma mistura de todos os treinadores com quem trabalhei. Simeone é perfeito na defesa, praticamente anulando as chances de gol do adversário. Tite tem uma abordagem mais completa, enquanto Jorge Jesus e Rogério trazem algo que os outros não têm. Fui absorvendo um pouco de cada um ao longo da minha carreira.”
Sobre o período com Simeone e o jogo reativo
“Tínhamos uma ‘briga’, entre aspas, constante para jogar mais e propor o jogo. Simeone era como um pai e amigo. Ele acreditava muito no trabalho coletivo, e os onze jogadores em campo tinham que se esforçar ao máximo. Ele mudava o esquema e as peças de acordo com o adversário, e já vi ele ganhar jogos assim. Sentia falta de jogar um pouco mais, mas no Atlético, ele era o melhor treinador possível.”
Sobre Tite
“Com ele, jogar parecia fácil. Sempre sabíamos onde estaria a linha de passe e onde estariam os companheiros. Quando um lateral subia, o outro fechava. Tite tirava qualquer dúvida da minha cabeça e não se preocupava tanto com o adversário como Simeone. Agora, com Lodi mais aberto e Danilo e Neymar pelo meio, vejo uma mudança na forma de jogar. Gostei muito de atuar com ele.”
Missão no Flamengo
Filipe Luís chega ao Rubro-Negro com a missão de ao menos conquistar a Copa do Brasil e seguir brigando no Brasileirão.
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