O futebol brasileiro dá mais um passo rumo à transformação estrutural com o início da Série D de 2025, neste sábado (19). A competição, que representa o ponto de partida para clubes que sonham em retornar à elite ou construir uma nova trajetória, será marcada por um movimento cada vez mais forte: a presença de clubes sob o modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF).
Veja também: Imprensa internacional repercute nova lesão de Neymar
Das 64 equipes participantes, 15 já atuam como SAF — um número recorde para a última divisão nacional. Enquanto alguns nasceram com esse modelo, outros adotaram a estrutura recentemente, buscando profissionalização e sustentabilidade financeira. Ainda há o caso do Santa Cruz, que está em processo de transição, mas já recebe aportes financeiros do grupo que assumirá a gestão.
A Série D é, de longe, o acesso mais disputado do futebol brasileiro. São 64 times lutando por apenas quatro vagas. Além da complexidade esportiva, a competição impõe desafios logísticos, com gramados de baixa qualidade, longas viagens e limitações de estrutura. Mesmo assim, o apelo pela organização e investimentos ganha cada vez mais espaço.
Tradicionais em crise apostam na SAF como salvação
Entre os clubes históricos que enxergam na SAF uma possibilidade de recomeço estão Santa Cruz, América-RN e Portuguesa — todos com passado na elite e enorme apelo popular. O Santa, por exemplo, já tem uma proposta vinculante de SAF assinada e promete receber R$ 1 bilhão em investimentos ao longo de 15 anos.
Santa Cruz atrai reforços antes mesmo da formalização da SAF
Antes mesmo da oficialização da SAF, o Santa Cruz já colhe frutos do novo modelo. O clube contratou jogadores conhecidos, como o goleiro Felipe Alves e o atacante Thiago Galhardo, com salários pagos pelos futuros investidores.
América-RN e Portuguesa também apostam em retomada com gestão profissional
No América-RN, o modelo de SAF já está em vigor desde 2023, com promessa de R$ 174 milhões em cinco anos e participação do ex-jogador Marcelo entre os investidores. A equipe busca corrigir os erros da temporada passada, quando não conseguiu o acesso.
A Portuguesa, por sua vez, está estreando como SAF em 2025, com um plano de investimento de R$ 30 milhões. Apesar de não apostar em nomes midiáticos, o clube já obteve lucro ao vender o atacante Renan Peixoto ao Athletico-PR por R$ 6 milhões.
SAFs menores se destacam por organização e ambição
Além dos tradicionais, outros clubes em processo de crescimento também adotaram a SAF e se destacam pela estrutura e organização. Em 2024, o Retrô foi campeão da Série D com folha superior a R$ 1 milhão, enquanto o Maringá, SAF desde 2022, também conquistou o acesso.
Para 2025, chamam atenção projetos como Cianorte, Mixto, Rio Branco, Azuriz, Monte Azul, Pouso Alegre, Goiânia, Ferroviário, Capital, Boavista, Barcelona de Ilhéus, Ceilândia e Itabirito.
Modelo associativo ainda resiste e desafia a lógica financeira
Apesar do avanço das SAFs, o modelo tradicional ainda mostra força. Clubes como Itabaiana e Anápolis conseguiram o acesso em 2024 sem estrutura empresarial, apostando em elencos competitivos, boas campanhas regionais e na força do mata-mata.
O sistema de disputa da Série D — com fase de grupos regionalizada e mata-matas a partir do mata-mata — ainda permite que clubes mais modestos surpreendam, mesmo diante de concorrentes com maior poder de investimento.
Transformação estrutural em curso
A presença maciça das SAFs na Série D evidencia um novo momento do futebol brasileiro, onde a gestão moderna passa a ser um diferencial competitivo mesmo nas divisões inferiores. Seja pela força da camisa ou pelo capital financeiro, os 64 clubes iniciam neste fim de semana a corrida por um lugar mais alto no cenário nacional.
Siga as redes sociais do R10 Score: Instagram, Twitter, Threads, Bluesky, Facebook e Linkedin.
+ Resultados ao vivo, estatísticas e análises completas: tudo isso você encontra no R10 Score. Baixe agora clicando aqui e não perca nenhuma informação sobre o seu esporte favorito!